sábado, 5 de março de 2011

Educação financeira

Nós sempre nos preocupamos em ensinar nossos filhos desde cedo sobre dinheiro, para que ele serve, como ganhar, como guardar, como gastar, etc... A idéia é que eles não tenham problemas quando adultos.  Ou pelo menos, menos problemas. (Calma mãe, não estamos passando por dificuldades...)
Então, desde sempre temos um tipo de previdência privada para cada um deles, cada um tem seu cofrinho, participam nas decisões financeiras da família, vão ao mercado fazer continhas e sempre os lembramos do valor de coisas que não podem ser compradas.
E o tempo vai passando, e aquela sementinha consumista que alguém (a televisão, o coleguinha rico da escola, nós mesmos...) plantou lá dentro das nossas crinaças  vai crescendo e todo aquele discurso desapegado do papai e da mamãe entram por um ouvido e saem voando pelo outro.
Eu lembro quando o Thomas tinha 1 aninho, na praia, e o pessoal do guarda-sol lá na frente tinha uma piscina enorme e colorida.  Ele queria muito aquela piscina.  Então nós cavamos na areia, com muito esmero diga-se de passagem, uma piscina e enchemos com água do mar e colocamos ele lá dentro.  Foi a primeira grande decepção da vida dele.  Como ele chorou.  Ele queria aquela piscina colorida.
Ultimamente o sonho de consumo do Thomas é um Nintendo DS (o game-boy dessa geração), que custa uns absurdos R$ 400,00.  Então ele fez um desenho do tal brinquedo e colou no seu cofre.  Desde então ele guarda as moedinhas ali para adquirir com o fruto de suas próprias economias o tão desejado "DS".
Hoje, uns 3 meses depois, ele quis contar quanto era a sua fortuna, certo de que já tinha todo o dinheiro necessário.  Espalhamos as moedas pela mesa e contamos tudo: R$ 62,10.  "Quanto vai sobrar, pai?" perguntou ainda sorrindo.  Depois de perceber a dificuldade do trabalhador brasileiro ele se lembrou de um fato de uns anos atrás.
"Pai, e aquele meu dinheiro que você colocou no banco que dava para comprar muitos DSs?"
"Filho, deixa eu te explicar.  O papai comprou ações da Petrobrás com aquele dinheiro... sabe a Petrobrás, onde o vovô e a vovó trabalham? É uma empresa muito importante... e... bem, aí veio a crise mundial....o dinheiro que estava nos bancos... encolheu. Entendeu?"
Como a moral do professor desaparece nessas horas.  Obviamente ele não entendeu nada (nem eu!).
Então, fica sugestão, talvez a escola devesse ensinar educação financeira para nossas crianças!

Um comentário:

asasd disse...

Realmente isso deveria ser obrigatório nas escolas desde cedo...

bju e boa sorte aí com seus meninos

http://qrolecionar.blogspot.com