sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O outro lado

Mais uma vez, é mais fácil estar do outro lado da mesa do consultório. 
Hoje o Thomas foi submetido, pela primeira vez (e tomara que última) à um procedimento cirúrgico, simples e eletivo, mas mesmo assim invasivo.  Eu já estou a tanto tempo longe de centros hospitalares e centros cirúrgicos que as vezes acho que é melhor nem dizer que sou médica. Como mãe do paciente, tenho todas aquelas infinitas angústias. 
A burocracia do plano de saúde (solicitação do médico, liberação, confirmação da liberação, pré-cadastro, pré-internamento, verificação da senha de internamento, ai!), os malditos termos de consentimento (caso precise de UTI, caso seu plano não pague, caso isso ou aquilo...meu estômago que já doendo piorou), a frieza do ambiente hospitalar (o Thomas pediu um cobertor e quando veio ele me perguntou se era coberta de cachorro),  a falta de sensibilidade dos profissionais de centro cirúrgico (quando eu entrei na sala eles já o tinham anestesiado), eu nunca havia percebido como aquela conversa leviana durante a cirurgia é irritante!

Mas felizmente o Thomas é um garoto muito especial mesmo.  Ele cativou TODAS as enfermeiras, atendentes, auxiliares que cuidaram dele.  E recebeu tratamento VIP e muita atenção de cada uma delas.  No final da cirurgia tanto o cirurgião como a anestesista vieram me falar que ele foi a criança mais tranquila e simpática que eles já operaram.  O doutor até fez eu prometer que ele poderia jogar bastante vídeo-game no pós-operatório! Na ida para casa muitas delas até vieram se despedir nos corredores!
Estamos em casa novamente, que alívio.   É mais fácil ser a médica.  É mais gratificante ser a mãe.

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