segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ecoturismo, dia 2 - Pantanal


De certa forma esse é o sonho de todo dono de jipe - percorrer a rodovia Transpantaneira de Poconé a Porto Jofre. Como não queríamos destruir o gol que nossos amigos nos emprestaram em buracos e muita lama, fizemos apenas a primeira parte da viagem (aquela na qual a estrada e as pontes estão em melhor estado de conservação).

Saímos de Cuiabá ainda noite para ver o sol nascer no Pantanal. E realmente o alvorecer é a melhor parte do dia, já que os milhares de pássaros da região cantam à plenos pulmões por horas e depois se escondem do calor e dos predadores. Será que veremos uma onça pintada?

Depois de disputar corrida com um bando de emas e encarar um grande jacaré-de-papo-amarelo frente-a-frente paramos na Pousada das Araras Azuis, que ganhou esse nome por ter sido eleita por uma família de araras-azuis como seu refúgio para procriar. Fato de destaque já que tais lindas aves estão em grande ameaça de extinção. E ali elas fizeram ninho e passeiam à vontade. Além de outras incontáveis espécies de pássaros e répteis, ali é o refúgio também de muitas capivaras e bugios.


Nessa mesma pousada vive um senhor jacaré chamado Zico, que se acostumou com as pessoas. O Zico e seus colegas se alimentam das capivaras e outros animais que passam desatentos pela beira do alagado. Um dos pantaneiros funcionários da pousada foi quem batizou o bicho, ainda quando ele era filhote, ao chamá-lo na beira do alagado: Zico, zico, zico! E ele sempre chega. Hoje no Pantanal todo jacaré atende por Zico.


Seguimos uma trilha suspensa até a Torre do Bugio onde esses simpáticos simeanos nos receberam com muito interesse (na nossa comida, é claro: goiabas e água mineral). Êta bicho engraçadinho... eu sempre tenho a impressão que eles me lembram alguém que eu conheço...

Depois seguimos até a beira de um coricho (ou seria corixo) e o pantaneiro, seu Rodolfo, remou o barquinho até o Rio Claro (que era bem escuro). Tentamos pescar, mas foi o dia do peixe e as piranhas se deliciaram com nossas iscas. O jacaré nem nos deu bola, atravessou o rio apenas com os olhos para fora d'água. Só as curiosas e atrevidas ariranhas se interessaram por nós, mas como não tínhamos nenhum peixe elas logo nos deixaram à sos com os pássaros e milhares de mosquitos. Muitas picadas depois, voltamos.



Foi então que nós o vimos: o Tuiuiu. Que ave fantástica! É como uma garça, só que com o bico, a cabeça e o pescoço pretos, uma farta plumagem feito gola bem vermelha e o resto do corpo e asas brancos. Mas o que faz desse pássaro incrível é que ele tem 1,5 metros de altura e até 2m de envergadura com as asas abertas e voa muito alto! Não é à toa que foi eleito ave símbolo do Pantanal. Seu ninho é construído no topo da árvore mais alta que ele encontrar.




Depois fomos conhecer o interior da região à cavalo. Imaginem que a água batia no peito dos cavalos. Vimos veados do campo, muitos pássaros e outro belo tuiuiu, mas nada da onça pintada.



Tudo bem, o nosso segundo dia de Mato Grosso foi incrível e nos despedimos do Pantanal com um lindo pôr-do-sol.








Um comentário:

Jonas Rebicki disse...

essa do jacaré foi facil de tirar neh?? rsrs